quarta-feira, 4 de março de 2015

GOVERNO DE ESQUERDA E GOVERNO DE DIREITA





GOVERNO DE ESQUERDA E GOVERNO DE DIREITA  

Tenho ouvido falar até mesmo de alguns companheiros, a seguinte indagação: Quando um partido de esquerda chega ao poder vira de direita? De imediato digo não. Vou tomar aqui as palavras do escritor Norberto Bobbio, para exemplificar a questão. “No nosso tempo, todos os que defendem os povos oprimidos, os movimentos de libertação, as populações esfomeadas do mundo, são de esquerda. Aqueles que, falando do alto de seu interesse, dizem que não vêem porque distribuir um dinheiro que suaram para ganhar são a direita... Quem acredita que as desigualdades são um fatalismo, que é preciso aceitá-las, desde que o mundo é mundo sempre foi assim, não há nada há fazer. Sempre esteve e estará à direita. Assim como a esquerda nunca deixará de ser identificada nos que dizem que os homens são iguais, que é preciso levantar os que estão no chão, lá embaixo.”
Tendo feito estas ponderações, quero exemplificar um governo de esquerda. Nos últimos anos, os governos da cidade de Guarulhos em, São Paulo, Brasil. Vem trabalhando para reduzir o fosso que separa ricos e pobres, este desafio esta sendo enfrentado pelo estabelecimento de algumas pontes, especialmente por políticas públicas amenizadoras. Houve uma extensão da presença física do Estado nas regiões periféricas da cidade, através de equipamentos públicos. A administração avança para superar o modelo anterior. Este novo modelo de gestão pública garante que os equipamentos públicos se encontrem próximo da população de menor rendimento. Note-se que, além de socialmente justa, a reinversão de prioridades é economicamente saudável, pois permitira aliviar a pressão de deslocamento de grande número de pessoas, que saem das áreas periféricas em direção ao centro privilegiado de equipamentos públicos.
Bem ao contrário dos que achavam e dos que defendiam que ia esvaziar o centro da cidade de Guarulhos, os governos Elói Pietá e Almeida constituíram um modelo de universalização das centralidades, ou seja, a capacitação de novos centros de dinamização econômica e ocupacional, acompanhados pelo investimento público na descentralização e pela transparência do orçamento público.  
O monitoramento do orçamento permitiu acompanhar o movimento de mudanças da realidade, baseada numa unipolaridade central. A multipolaridade de centros dinâmicos no território de Guarulhos, fez com que o governo Almeida, reconfigura-se o sistema de transporte, de tratamento do esgoto, da educação da saúde da habitação, da assistência social etc. Assim como a oferta de serviços públicos de qualidade para a população em cada região da cidade, formando a unidade municipal, personificada na gestão acolhedora e dinâmica.  
Com estas ações Guarulhos esta evitando, de um lado, a deterioração dos recursos naturais e da qualidade ambiental e, de outro, a prevalência de uma rede descontínua de infraestrutura urbana, sem contar o ganho social para todos.
À administração atual, pelo que estamos vendo, reconhece que a intervenção pública não pode ser exclusivamente setorizada. Isto implicou em alterar o padrão de intervenção pública, que opera com novo método de ação multidisciplinar, envolvendo as ações da sustentabilidade e a participação da população.  
Este é um belo exemplo de um governo de esquerda que trabalha para os que menos têm e que mais precisam.

Pesquisa: Marcio Pochmann e Norberto Bobbio


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