EDUCAÇÃO
REUNIÃO E REUNIÕES
Muito
do que aprendi na vida foi lendo, discutindo, pensando, montando minhas
propostas, conhecendo as dos outros e as partes envolvidas. Nesse contexto nos
últimos anos, tenho estudado um pouco à educação brasileira. “E ai é que venho
observando uma infindável lista de pedagogias como as mais variadas
denominações, como a “pedagogia do aprender a aprender”, “pedagogia das
competências”, pedagogia construtivista”, “pedagogia corporativa”, “pedagogia
da qualidade total”, e outras como “pedagogia do afeto” ou “pedagogia do amor”.
Todas elas voltadas para o objetivo da educação: Aumentar a eficiência e
assegurar a conformação dos indivíduos à ordem existente visando à sua
consolidação, embora sempre se apresente com roupagem inovadora.
Sejamos
honestos, não foram poucas as vezes que pediram para atender uma importante
reunião pedagógica, para somente passar duas horas sentadas ao redor de uma
mesa se perguntando, por que essa reunião foi marcada. Afinal de contas? Nesse
tempo, a suposta agenda nunca fica muito clara, muitas vezes pedem atenção, ideias
são redirecionadas para conversas sem sentido e quando as cabeças pensantes
param de falar, você corre para a porta e passa o resto do dia respondendo
e-mails, whatsapp e ligações que se amontoaram durante aquelas duas horas
perdidas.
Há
também em grande parte das escolas aquela visão antiga e atrasada de que o
diretor é o responsável pela parte administrativa da escola enquanto os
professores se incubem de ensinar os alunos, é um equivoco. O diretor deve
sentar com os seus docentes e a comunidade para estabelecer os parâmetros
pedagógicos, curricular, e as metas sobre o que os estudantes vão aprender.
Devem ser educadores visionários e apaixonados comprometidos, que liderem escolas
onde todas as atividades tenham a meta de acelerar o aprendizado e o
crescimento acadêmico.
Tenho
observado a necessidade de se criar uma escola de liderança, com o objetivo de
recrutar, capacitar e promover a colocação de novos diretores. Partindo do
pressuposto de que a pessoa não deve aprender apenas a cuidar dos aspectos
administrativos, mas também conhecer métodos pedagógicos didáticos, e estar
apta a ajudar os professores a melhorar suas aulas e saber como desenvolver um
currículo. Porque, para ser bom diretor,
é preciso saber o que é ser bom professor e conhecer as noções básicas de como
ensinar alunos. Por isso, é necessário selecionar candidatos com essa vontade
de aprender.
Um bom
diretor deve ter habilidade em lidar com as pessoas, se expressar bem saber
gerir seu próprio tempo, ter o hábito de dar retorno sobre a execução de uma
tarefa e estar aberto a ter o trabalho avaliado e, se necessário, rever suas
ações. Também deve demonstrar interesses nas escolas mais difíceis, este deve
ser requisito porque não se pode convencê-los a fazer depois de já terem sido
selecionados.
Para o
processo de seleção, deve se levar em conta à exigência da legislação do ente
da federação, o tempo estabelecido. Suponhamos que o critério seja de no mínimo
três anos de experiência em sala de aula. É assim podemos do que eles sabem. De
quem são, se querem efetivamente fazer os alunos aprenderem. Vencida esta
etapa, inicia-se a primeira fase da formação. Um curso de seis meses, onde a
orientação é focada para o trabalho em equipe, privilegiar a parceria com os
docentes, afinal todos na escola são responsáveis pelo aprendizado de cada
estudante.
O
segundo passo é um ano de residência acompanhado por um diretor mentor
capacitado pela escola de liderança. É só no fim dessa residência que ele obtém
a qualificação para assumir uma escola. E mesmo assim não é sozinho. Em seu
primeiro ano de trabalho, um mentor capacitado vai acompanhar seu
desenvolvimento nos pontos que ambos acreditam que ainda possam ser melhorados.
Assim, a escola de liderança colabora na implementação de um modelo que ajuda
professores gestores e comunidade a superar problemas diagnosticados no
planejamento.
Neste
sentido, a melhoria da qualidade do ensino vai ser traduzida no aprimoramento
das relações entre comunidade e escola, mas não será a classe dominante
brasileira que vai se esforçar para isso, (como lembra Francisco de Oliveira).
É hora da sociedade assumir a educação pública. Esta alternativa implica
fundamentalmente que a sociedade assuma, entre outras, os aspectos: criar uma
legislação onde fique claro que banco é banco, bar é bar, igreja é igreja,
empresa é empresa e não podem ser dispensadas de impostos, porque querem suas
escolinhas privadas; escola pública para assim ser estatal, gratuita,
universal, laica e unitária.
A
educação tem que ser um projeto de Estado, onde o sentimento de nação esteja
presente no compromisso de seus atores na construção da cidadania e no
desenvolvimento integrado.
Bibliografia:
Dermeval Saviani, Galdêncio Frigotto e Irmã Zardoya.
Professor
Fernando Ferro Brandão.