quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Gestão Democrática

Professor Fernando Ferro Brandão e Genuíno Bordignon














Professor Moacir Gadotti e Professor Fernando Ferro Brandão


Gestão Democrática


Para iniciar este texto tomo aqui as palavras contidas no manifesto dos pioneiros da educação –1932: “unidade não significa uniformidade”. A unidade pressupõe multiplicidade, por menos que pareça, à primeira vista, não é, pois, na centralização, mas na ampliação. O novo contexto de gestão democrática da educação preconiza critério de notório saber e representatividade dos diferentes graus de ensino. A representatividade social é parte integrante do direcionamento das políticas educacionais das cidades, estados e do país. Esse novo contexto combina a representatividade da pluralidade social, aliando o saber acadêmico e o saber popular. “Assim, a composição dos conselhos passa a requerer não somente o saber letrado, mas a expressão da pluralidade dos saberes da diversidade social.” (Genuíno Bordignon). É necessária a compreensão dos papeis e competências das partes envolvidas, em que a mediação é o ponto forte de uma relação de respeito dada a impossibilidade da síntese do contraditório social, cuja totalidade poderia vir a ser totalitarismo. Assim, não adianta uma das partes tentar impor sua vontade, porque, quando isto ocorre, aumenta a distancia tanto da sociedade quanto do governo, Haja vista que cessa o debate dialético da construção permanente de um processo vivo que ocorre todos os dias nas unidades escolares. O pensamento monolítico sucumbe as aspirações na totalidade e hegemoniza a voz de um seguimento , perdendo visão do todo, o foco da razão de ser da educação. O foco do olhar deve ser sempre a qualidade da educação, o estudante, o interesse coletivo.
Em face destas considerações, quero lembrar aqui a escola defendida pelo Professor Moacir Gadotti, que já tem sido reconhecida nos últimos trinta anos no Brasil e em outros países, como aquela que visa à sustentabilidade, social, afetiva, educacional, cultural, ambiental, econômica e política, consagrando-se mais avançada do nosso tempo. Afirma o professor que a prova disso é o manifesto que começa a circular atualmente na web, por toda a América Latina e por todo o mundo, encabeçado pelo filosofo chileno Juan Casassus, como forma de se buscar uma nova orientação para a educação pública latino-americana e mundial. “Portanto, se pretendemos ter um sistema educacional de qualidade, o primeiro passo é um amplo debate sobre o que entendemos por esta qualidade e qual o protesto formativo que temos a oferecer às nossas crianças, à juventude e aos educadores? Sei que neste texto trago um universo denso que cabe muita reflexão, mas se a educação é dialética e a transformação é permanente, quero citar parte do livro de James Hunter, “O Monge e o executivo.” Nele, o executivo John diz ao monge:
- Meu chefe sempre me adverte e aos outros gerentes da fábrica para que não nos rodeemos de pessoas que dizem amém a tudo, ou pessoas iguais a nós. Ele gosta de dizer: Em nossas reuniões de executivos, se dez concordam com tudo, nove provavelmente são desnecessários. “Acho que preciso ouvi-lo um pouco mais.” O Monge observa: - Ele parece ser um homem sábio, John (p. 59)


Professor Fernando Ferro Brandão